sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Confraternização do Grupo de Pais dia 16/12/12

Confirmamos o encontro festivo do Grupo de Pais e reiteramos nosso convite a todos os amigos.

Este ano que se encerra será marcado por um simples e agradável momento com os pais, filhos, familiarers, companheiros, porque eles nos fazem lembrar as coisas boas desse convívio.
Faremos um BRUNCH no nosso habitual espaço festivo e social, no brechó do Chafi, F Caran, no dia 16/12/2012, a partir das 10,30h.
Apesar de difícil, 2012 favoreceu muitas conquistas e mudanças; crescemos! É sempre um desafio, motivo de orgulho para todos nós do Homopater, ter neste grupo o locus para encontros e para compartilhar momentos importantes, sejam eles difíceis ou exitosos.
Você, amigo, é nosso convidado especial, venha festejar; traga familiares, amigos. Todos são bem vindos!

Necessário confirmar presença.

domingo, 4 de novembro de 2012

ENCONTRO DO GRUPO DE PAIS EM SÃO PAULO


TEMA: Desvendando a essência da paternidade OU como se preparar para ser pai: os DESAFIOS do cuidado desde bebê, na infância, meninice e adolescência, chegando à idade adulta.
Vamos discutir essa questão de ser pai em diferentes idades e como incluir ou não o namorado e companheiro nessa função. Os homens que são pais adotivos têm uma experiência singular pois a maioria é "pai solteiro". Entretanto vem despontando um desejo interessante por parte do homem que quer adotar que é ter filho como casal. Ele se depara com a difícil tarefa que é encontrar um companheiro que também queira ser pai; alguns pais já estão vivendo essa experiência. Temos ainda questões pertinentes aos pais biológicos que convivem (como divorciados que são) com a mãe de seus filhos e com o namorado/companheiro.
Aqui temos, portanto, aspectos diferentes para levantar nesse nosso encontro: as diferentes idades e fases dos filhos;se o pai é biológico, adotivo; ou se é um "pai dois", ou segundo pai; e ainda se é só o namorado do pai. Convidamos todos para compor essa interessante discussão. Inscreva-se entrando em contato.

DATA: 10 DE NOVEMBRO DE 2012
HORA: 15H  LOCAL: CONSULTÓRIO DE VERA, PROX METRÔ PÇ DA ÁRVORE, SP

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DIA 27 DE OUTUBRO DE 2012 - REUNIÃO DO GRUPO DE PAIS NO RIO DE JANEIRO


TEMA: "Relacionamentos afetivos duradouros nos dias atuais: É o que queremos? Como mantê-los? Quais os desafios?"
É um grande desafio para todos a conquista, a manutenção e o cuidado dos afetos e vinculos que desejamos manter em nossas vidas. Muitos se queixam de uma eterna dificuldade de encontrar alguém para amar; outros se preocupam com o distanciamento que existe entre familiares e filhos. Sim é uma tarefa ardua cuidar de quem amamos. Se relacionar afetivamente é saber expressar nosso sentimento além de compreender, aceitar o outro como ele é. E isso basta? Venha discutir conosco essa ampla questão que nos afeta sempre.

Apresentação: Heber, médico
Moderadores: Dine Baião e Tacariju Portella, psicólogos

HORA: 15H LOCAL: CONSULTÓRIO DE DINE, PROX METRÔ PÇ SAENS PEÑA

ESTA É UMA ATIVIDADE DO GRUPO DE PAIS QUE SE MANTEM EM RELACIONAMENTO HOMOAFETIVO. O FOCO DO TEMA É DE INTERESSE AMPLO, NÃO APENAS DOS PAIS, PORTANTO O ENCONTRO É ABERTO A CONVIDADOS EXTERNOS. TODOS SÃO BEM VINDOS; INSCRIÇÕES LIMITADAS. INTERESSADOS FAVOR NOS CONTATAR.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Assistindo a um bom filme em otima companhia!

Amigos, pais e amigos dos pais do nosso grupo: Iniciamos agora em outubro uma nova fase dos encontros do Grupo de Pais Homopater. Haverá mensalmente, além das reuniões de apoio e suporte às situações da vida dos pais um encontro aberto e temático por mes. Procuraremos nesses encontros abertos levar uma discussão pertinente ao nosso tema que é homoafetividade e paternidade. Agora no proximo sábado, DIA 06 DE OUTUBRO, DE  2012, AS 15H acontecerá a exibição e discussão de um filme. Será no espaço F Caran, do amigo Chafi Abduch. Voces todos são convidados. Participem! É necessário entrar em contato conosco para reservar seu lugar.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ANIVERSÁRIO DO GRUPO DE PAIS DIA 01/09

Convidando todos para REUNIÃO ABERTA DO GRUPO DE PAIS

DIA 01 DE SETEMBRO ÀS 15H

Nesta data celebramos nosso 5o. ano de existência como grupo e temos muito o que pensar. Afinal muita coisa descobrimos juntos e vamos tentar sintetizar isso. Para tanto nada melhor do que o TEMA que o grupo sugeriu e que nos parece muito pertinente para esse encontro.

HOMENS E PAIS QUE SE MANTÊM EM RELACIONAMENTO HOMOAFETIVO X AMIZADE POSSÍVEL ou A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE IGUAIS, DA FAMÍLIA ESCOLHIDA.

O QUE ABORDAREMOS:
Importância de não ser só; a referencia positiva de um grupo de iguais; o apoio que um grupo pode oferecer para o enfrentamento do preconceito, para lidar com o que é diferente em sua família. O companheirismo, a amizade verdadeira, o bem estar trazido pela ideia de pertencer a um grupo que se preocupa com seus integrantes... Diferenciando do envolvimento com interesse sexualizado (comum entre homens) destas relações de amizade que nascem da cumplicidade e apoio trocados. Porque os filhos precisam desse clima no ambiente doméstico, na rotina diária?

Convidamos todos voces para se juntarem a nós, trazerem seus amigos, que também queiram refletir sobre essas questões.

E POR FALAR EM AMIZADE DEPOIS FAREMOS UM HAPPY HOUR (18.30) PARA BRINDAR NOSSA EXISTENCIA! QUE TAL NO ANTONIETTA (RUA MATO GROSSO, 402) JUNTO DOS NOSSOS AMIGOS MILTON E ALESSANDRO?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O dia dos pais foi lindo; que continue sendo

No mes do dia dos pais é comum ouvirmos histórias comoventes por parte dos pais que tem envolvimento homoafetivo. Algumas são tristes porque reportam distanciamento, dificuldade e afastamento dos filhos, mas neste ano tivemos uma grande maioria de acontecimentos e relatos profundamente emocionantes! Os pais estão felizes porque tiveram demonstração de convívio respeitoso e afetuoso com suas famílias. Alguns já há anos afastados e distantes de situações familiares tiveram demonstração do quanto são amados, do quanto os filhos se orgulham deles seus pais, mesmo que sejam gays. Sim um homem gay que é pai tem direito de ser respeitado por seu filho, de receber demonstração de que o filho o ama e admira. Ser pai é estar presente na educação e criação do filho e com isso ter sempre um bom motivo para se sentir necessário, valorizado. É isso mesmo. Enquanto um homem se sentir digno de quem ele é, enquanto se mantiver presente na rotina de vida de seus filhos - de qualquer idade, educando e cuidando - ele será respeitado, amado, admirado porque necessário. Muitos homens que tem envolvimento homoafetivo e que são pais acabam se afastando dos filhos devido o preconceito de familiares, a pressão social ou até mesmo por seus próprios medos e homofobia interna. Mas não tenham medo, isso pode ser atenuado através de sua corajosa atuação como pai. Então voce que é um pai que tem relacionamento homoafetivo: seja de fato um pai! Apenas o pai de seu filho.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

REUNIÃO DO GRUPO DE PAIS EM SÃO PAULO, DIA 14 DE JULHO
Convidamos todos nossos amigos e pais para mais um encontro aberto (aceitamos convidados não pais), nessa data discutiremos as relações com filhos e companheiros, ou alguma outra questão que abrange todos os participantes. As férias, viagens e falta de rotina dos filhos sempre trazem outras questões interessantes para quem é pai e tem um companheioro ou namorado; todos precisam descobrir uma forma de lidar com os diferentes desafios que surgem. Após a reunião os participantes de São Paulo se reunem para um momento de integração social e descontração. Todos são bem vindos! Inscrevam-se.
Cotate-nos para participar: vemoris@uol.com.br

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nosso próximo encontro do Grupo de Pais de SP, vai acontecer agora sábado, dia 23/06 às 15h.
O tema a ser discutido será: COMO CONSTRUIR UM RELACIONAMENTO DE CASAL- COM OUTRO HOMEM - DO JEITO QUE EU QUERO E SEM EXCLUIR OS FILHOS. Esse tema pode abranger tanto as questões do relacionamento entre dois homens como outras a ela associadas: pacto de fidelidade ou não, cohabitar ou não, como lidar com amigos antigos, com a grande família escolhida e com a família de cada um.
Esse nosso encontro congrega outros pais residentes em outros estados e marca a celebração do término do semestre neste quinto ano de existência do grupo. É um encontro aberto e mesmo quem não é integrante deste grupo é bem vindo. Contate-nos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O grupo de pais HOMOPATER vai ter como tema de debate o CUIDADO DE FILHOS no próximo encontro no dia 26 de maio, que acontecerá em São Paulo e no Rio de Janeiro. Vamos compreender como os homens que são pais e que tem envolvimento homoafetivo cuidam de seus filhos; quais suas maiores dificuldades e soluções encontradas. Tem aqueles que são adotivos; qual será o principal desafio? Tem muitos pais biológicos que são divorciados e não convivem numa rotina diária, mas tem os que ainda estão às voltas com fraldas e mamadeiras. Enfim vamos discutir como os pais que têm envolvimento homoafetivo são pais dos filhos que têm.
O encontro é aberto a convidados externos. Necessário se inscrever previamente pois o tema desperta grande interesse e as vagas são limitadas.

terça-feira, 17 de abril de 2012

SÁBADO DIA 21 DE ABRIL, ENCONTRO DO GRUPO DE PAIS

         Sabemos o quanto é válido e legítimo cada um amar e ser amado conforme sua orientação sexual; trata-se de um direito humano. Entretanto quando a questão é o amor e manifestação de afeto entre homens que são pais, há severas regras sociais – injustas e preconceituosas – que não contempla a homoafetividade como esperada e valorizada. O que fica implícito nessa prescrição é que seria errado, feio ou mesmo inconcebível fugir à norma heterossexual para o gênero masculino. Assim ser homem, ser pai e ter envolvimento homoafetivo é um grande desafio. As discussões que têm lugar nos encontros mensais do grupo de pais – HOMOPATER – tanto do Rio de Janeiro como em São Paulo, têm favorecido uma revisão nos modelos tradicionais de masculinidade e paternidade, muitas vezes internalizados por cada indivíduo, que prescreve injustamente aos homens apenas a heterossexualidade.
A próxima reunião, no dia 21 de abril, tem como tema O RELACIONAMENTO HOMOAFETIVO DO PAI; ASPECTOS DE SEXUALIDADE X ASPECTOS DE AFETIVIDADE.
É reunião aberta a convidados (vagas são limitadas) solicitamos confirmação de presença. Contate-nos para informações: vemoris@uol.com.br.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Reunião do grupo de Pais

Próximas reuniões presenciais previstas para o grupo de pais, mês de ABRIL:

12/04/2012 – 19,30 – REUNIÃO DE APOIO EM SÃO PAULO
14/04/2012 – 15H – REUNIÃO DE APOIO NO RIO DE JANEIRO
21/04/2012 – 15H – REUNIÃO TEMÁTICA EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO

Devido o grande interesse despertado nas reuniões temáticas no Rio e em São Paulo no mês de março daremos continuidade às discussões sobre gênero, aprofundando reflexões sobre a distinção – e se existe uma distinção – entre o relacionamento homoafetivo e o relacionamento sexual, homossexual. Convidados para esses encontros são bem vindos sendo necessário se inscrever no vemoris@uol.com.br.

terça-feira, 3 de abril de 2012

No encontro dos pais, dia 31 de março de 2012

 A DIFICULDADE DOS HOMENS E PAIS NÃO É A BRIGA PELO DIREITO DE FAZER SEXO COM OUTRO HOMEM, MAS SIM EXISTIR UM RELACIONAMENTO, UM AFETO ENTRE ESSES DOIS HOMENS.  A briga é muito grande, muito válida, pois é pelo direito de amar!

quinta-feira, 22 de março de 2012

FUNCIONAMENTO DO GRUPO DE PAIS – 1º. SEMESTRE 2012

As normas do grupo de pais que se mantêm em relacionamento homoafetivoHOMOPATER são válidas de janeiro a junho de 2012.
Previstas duas reuniões presencias mensais na cidade de São Paulo e na cidade do Rio de Janeiro,  bem como o acompanhamento sistemático de apoio através das discussões no e-group. Prevê-se ainda para este semestre encontros durante dias de semana (1ª. Quinta feira do mês), em São Paulo, para  discussões pontuais temáticas sobre filmes ou temas específicos de interesse.
Sobre o e-group  homopater – é o grupo eletrônico, fechado  e moderado por Vera Moris para o qual todos que aceitam este  acordo são convidados. A finalidade é atingir os mais distantes para manter o apoio mútuo e a comunicação. A moderação permite que ninguém seja invadido em sua privacidade e garante confidencialidade.
CRONOGRAMA PRÓXIMAS REUNIÕES DO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012
MARÇO
01/03/2012 – 19,30H – QUINTA CULTA SP (TEMA A ESCOLHER)
10/03/2012 – 15H – REUNIÃO DE APOIO EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
24/03/2012 – 15H – REUNIÃO TEMÁTICA NO RIO DE JANEIRO
31/03/2012 – 15H - REUNIÃO TEMÁTICA EM SÃO PAULO

ABRIL

12/04/2012 – 19,30 – QUINTA CULTA (TEMA A ESCOLHER)
14/04/2012 – 15H – REUNIÃO DE APOIO EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
21/04/2012 – 15H – REUNIÃO TEMÁTICA EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO             

MAIO
05/05/2012 – 15H – REUNIÃO DE APOIO EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
24/05/2012 – 19,30H – QUINTA CULTA EM SP OU REUNIÃO DE APOIO EM SP
26/05/2012 – 15H – REUNIÃO TEMÁTICA EM SÃO PAULO  E NO RIO DE JANEIRO   

JUNHO
02/06/2012 – 15H – REUNIÃO DE APOIO EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
16/06/2012 – 15H – REUNIÃO TEMÁTICA EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
30/06/2011 – 14h – REUNIÃO DE CONFRATERNIZAÇÃO
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Ser pai e ter namorado

A PRIVACIDADE DO CASAL HOMOAFETIVO E A ATITUDE COM OS FILHOS, OU COMO NÃO SEPARAR A HOMOAFETIVIDADE DA PATERNIDADE

Quando falamos de reconstrução ou redefinição da própria masculinidade para o pai de nosso convívio se trata, na prática, de buscar uma forma de estar com os filhos e com o namorado ou companheiro numa rotina doméstica natural. Atividades comuns de qualquer família como assistir um filme com pipoca no final de semana, acordar todos no domingo e ter um café da manhã coletivo, prazeroso, ou até mesmo viajar juntos, se divertir, sem ter que esconder na frente dos filhos o carinho e afeto de casal. A questão muito simples é: preservar a própria privacidade sem negar a relação homoafetiva, sem precisar esconder do próprio filho o namorado ou companheiro.

A experiência de alguns pais serve para que outros repensem suas atitudes. Alguns percebem que precisam ser mais firmes, outros que precisam compreender melhor a fase que os filhos atravessam, mas para a grande maioria é uma questão de delimitar o que é privacidade e intimidade, daquilo que é um receio ou medo de ser natural.

Um pai tem estado aflito porque seu filho (13 anos) anda meio quieto e distante dele, desde que se revelou há cerca de 5 meses. Inicialmente aparentava ter aceitado, entretanto o pai percebe que ele tem andado agressivo e mesmo quando semanalmente estão em atividades juntos, permanece calado e isolado.

O pai está com receio de que o filho esteja sofrendo e com dificuldade de aceitá-lo com sua homoafetividade. Agora que está namorando ainda não conseguiu falar com seu filho sobre isso. Uma situação complexa já que seu namorado mora em sua casa nos dias que seu filho não mora; ou seja, estão todos na mesma casa e o filho não sabe disso. Essa situação que já dura mais de um mês tem trazido desconforto ao pai. Ele sabe que precisa encontrar uma forma, e rápida, de solucionar isso.

Os aspectos apontados para o perigo de manter essa situação são os que dizem respeito a segredo e lealdade na relação pai e filho. Embora a preocupação desse pai seja passar para seu filho, de forma natural, que esse namoro é uma relação boa de afeto e respeito mútuo ele não consegue vislumbrar que quanto mais ele esconde, mantém segredo e demora para contar, mais o filho ficará distante e desconfiado de que tem algo estranho e errado nesse tipo de relacionamento. A justificativa do pai é que seu filho ainda não tem idade e portanto, não precisa saber de coisas de sua intimidade, entretanto é exatamente isso que ele desvela e põe em risco quando não lida com respeito e naturalidade com essa situação.

De fato o que esse evento desencadeia é a necessidade dos homens e pais que se mantém envolvidos com outro homem revejam como eles se comportam afetivamente, - homoafetivamente – diante de seus filhos que já sabem de sua sexualidade. Porque eles não podem agir naturalmente, com afeto, como um casal de namorado ou como companheiros, no convívio com seus filhos? Dúvidas como manter o quarto com a porta aberta ou fechada se todos dormem na mesma casa, ou como ficar quando os filhos estão perto, dar as mãos, abraçar, ou seja, como manifestar carinho de namorado, de casal, são muito frequentes.

Os pais em sua maioria preferem se esquivar de mostrar que aquele homem que está sempre ao seu lado é muito mais que amigo, é seu namorado e companheiro, é uma pessoa que tem um grande valor afetivo para ele. Eles justificam dizendo que querem preservar seus filhos do preconceito, não querem confundi-los, prejudicá-los, e não sabem o que fazer, o que é correto, adequado. O que pode ser descrito como bom e adequado para o casal e para a família é a naturalidade da manifestação de afeto entre pessoas que se gostam, considerando que valores culturais, de educação, estão presentes na forma como pessoas se relacionam.

O que questionamos sempre é se o problema dos pais não está na imagem que constroem de si mesmos como homem e pai. Se a pessoa com quem esse pai está namorando fosse uma mulher (a mãe de seus filhos, ou mesmo outra mulher após seu divórcio) o pai abraçaria, daria um selinho e colocaria a cabeça no ombro. Também andaria de mãos dadas e quando fossem dormir fechariam as portas. Bem então parece que só os heterossexuais têm direito de usufruir de manifestação de afeto como casal? E as crianças, os filhos desses homens que são homossexuais crescem com o sentimento de que seus pais namoram, ficam e se relacionam, mas que não existe nenhum afeto entre dois homens? Isso não é verdade. Então porque esconder o que é positivo no relacionamento entre dois homens?

Será que isso não reforça a ideia de que dois homens só querem saber de sexo? E se é de sexo que se trata é com razão que deve ser preservada a intimidade e privacidade, porque de fato os filhos devem se manter distantes, afastados do comportamento de seus pais na cama, quer eles sejam ainda casados, ou se estão em outros relacionamentos pós divórcio. Não é comum mesmo, nem convém, filhos e pais falarem sobre isso nem quando e como fizeram sexo. Porque a atividade sexual de um casal pertence à esfera privada e como tal é preservada, mantida. A afetividade, entretanto, é um elemento de vinculação que une um casal, é por que existe um bem querer, um gostar, que eles querem ficar juntos.

Através da exteriorização do afeto é possível perceber o sentimento positivo que existe entre duas pessoas e isso é muito bem vindo em qualquer grupo, familiar inclusive. O contrário, não mostrar o afeto de casal é não mostrar nada, como se não houvesse nenhum sentimento envolvido nessa relação. É prejudicial para o desenvolvimento de crianças elas crescerem em famílias que se relacionam através da raiva ou agressividade; o contrário, as demonstrações do afeto e carinho existentes reforçam os vínculos positivos e fortalecem os laços familiares.

A dúvida, se a porta de seu quarto deve ficar aberta ou fechada quando seus filhos estão em casa e o namorado ou companheiro também está ali com eles, requer uma solução através da discriminação de assuntos privativos e do convívio familiar. Vejamos os relatos o que mostram:

"Deixar a porta aberta e manter uma postura natural sem sexo é na minha opinião uma forma de dizer a ele que nada tenho a esconder. Acho que fechar a porta... coisa que nunca fizemos em casa...(quando era casado e o filho era pequeno) nao seria legal. Mas estou ainda pensando muito, e esta oportunidade ainda nao aconteceu, vamos ver na hora".
Aqui não se trata de esconder ou fazer segredo, que de fato seria prejudicial; nesta situação este pai se confunde. Nós temos sim o habito respeitoso de manter nossa intimidade entre quatro paredes, não é verdade?

A porta pode sim ficar fechada, é assunto que diz respeito à preservação da intimidade de um casal; seja o pai e a mãe, homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher. Não fechar a porta dá a entender que os filhos podem entrar e sair na hora que quiserem, sem respeitar aquele espaço, sem pedir licença e que o casal não precisa de intimidade, ou que não existe.

Deixar a porta do quarto do casal aberta é prática comum quando os filhos são bebes, ou estão doentes; maiores (em torno dos três anos), as portas podem ser fechadas para eles entenderem que cada um tem seu espaço. Mais tarde, na adolescência, eles é que fecham as portas para impedirem que os pais invadam sua privacidade, para preservarem sua intimidade e os pais, por sua vez, respeitam. Um casal que dorme de porta aberta dá a entender aos filhos (e aos outros), que aquele espaço pode ser adentrado por quem quer que esteja na casa. E a intimidade do casal fica devastada, invadida.

Agir afetuosamente, com naturalidade na presença e companhia dos filhos é inseri-los em sua rotina da vida; é ajudá-los a entender como a sua homoafetividade é algo que só diz respeito à sua intimidade, à sua privacidade. Esconder demonstrações positivas de afeto, de respeito, atenção, cuidado mútuo, limita para os filhos a compreensão das relações afetivas, e neste caso homoafetivas.

Vera Lúcia Moris, março de 2012